O Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa realizou um inquérito sobre os comportamentos sexuais em Portugal. Basicamente foram mais de 3500 entrevistas em Portugal Continental que abrangiam homens e mulheres entre os 18 e os 65 anos. Ora bem, a conclusão foi realmente muito triste, dada a época em que vivemos, uma época em que a comunicação é facilitada por telemóveis e internet, em que muitos já têm acesso à educação, em que as pessoas já se consideram mais instruídas, mais democráticas e afastadas dos países onde reina a exploração, a miséria, a fome, a guerra, etc. Seria de esperar, então, que num país europeu como o nosso, tranquilo, plantadinho à beira-mar, as pessoas metessem menos droga na comida e usassem a cabecinha para pensar.
Isto porque a conclusão que se tirou deste inquérito foi que os portugueses continuam ainda a ser demasiado conservadores (muita fachada, ainda por cima), homofóbicos, presos a conceitos religiosos demasiado antiquados e sem bases razoáveis de sustentação (mais uma vez, o manter a fachada impera) e pouco abertos a procurar conhecimento sobre como se transmitem as doenças e como as evitar.
Para começar, mais de metade dos portugueses (59,29%) não usou preservativo na primeira relação sexual com o parceiro mais recente. Ou seja, não se conheciam de lado nenhum, mas vamos lá embora ver se arranjamos uma doençazinha porque o amor é lindo. Não há nada que una mais um casal que uma boa dose de sifílis.
Mais? Só 9,4% dos homens entre os 16 e os 49 anos utilizou preservativo no último ano em relações sexuais com mais de um parceiro. E só 2,6% das mulheres utilizou este método contraceptivo. Com este tipo de comportamento seria também razoável que se fizesse o teste ao vírus do HIV. Mas parece que não há muitos interessados, visto que a percentagem tanto de homens como de mulheres que já fizeram o teste não passa dos 13%. Melhor ainda, apenas uma minoria de homens (11,3%) e de mulheres (12%) pedem a cada novo parceiro que faça um teste de VIH/SIDA e menos de metade dos portugueses faz perguntas aos companheiros/as sobre a sua vida sexual passada. Sim, não nos vamos pôr a falar do passado quando temos um brilhante futuro pela frente.
Dos entrevistados 46,5% dos homens dizem ter "algum/pouco" receio de poder vir a contrair uma infecção ou uma doença transmitida através das relações sexuais e 37% diz mesmo não ter "nenhum" medo. Por outro lado, 43,6% das mulheres afirma ter "algum/pouco" receio, enquanto 39% confessa não ter "nenhum". Também 76% dos homens e 69,2% das mulheres não conhecem pessoalmente alguém infectado com o VIH ou que tenha morrido com SIDA. Parece que se esquece que muitas vezes é no melhor pano que cai a nódoa.
Os factos mais engraçados são: 39,3% dos homens recusa ter relações sexuais ocasionais ou passageiras contra 62,5% das mulheres (devemos ter em conta a variável dos mentirosos/as?). E, segundo a amostra, 53,8% dos homens considera "totalmente errado" relações sexuais entre duas mulheres adultas, opinião idêntica têm 40% das mulheres (então e os filmes porno?).
Acho que é urgente que se mudem as mentalidades. É urgente que se aprenda a juntar a responsabilidade ao prazer. É urgente que se eduque, que se alerte, que se esclareça. Não é só a SIDA, é todo um conjunto de doenças, infecções e problemas que nos podem atingir se não tomarmos as devidas precauções, formos ao médico, fizermos análises, procurarmos informação. É preciso pensar. Será que vale a pena arriscar? Será que só acontece aos outros?
Este inquérito, para mim, evidenciou o ridículo do ainda modo de pensar português.
Isto porque a conclusão que se tirou deste inquérito foi que os portugueses continuam ainda a ser demasiado conservadores (muita fachada, ainda por cima), homofóbicos, presos a conceitos religiosos demasiado antiquados e sem bases razoáveis de sustentação (mais uma vez, o manter a fachada impera) e pouco abertos a procurar conhecimento sobre como se transmitem as doenças e como as evitar.
Para começar, mais de metade dos portugueses (59,29%) não usou preservativo na primeira relação sexual com o parceiro mais recente. Ou seja, não se conheciam de lado nenhum, mas vamos lá embora ver se arranjamos uma doençazinha porque o amor é lindo. Não há nada que una mais um casal que uma boa dose de sifílis.
Mais? Só 9,4% dos homens entre os 16 e os 49 anos utilizou preservativo no último ano em relações sexuais com mais de um parceiro. E só 2,6% das mulheres utilizou este método contraceptivo. Com este tipo de comportamento seria também razoável que se fizesse o teste ao vírus do HIV. Mas parece que não há muitos interessados, visto que a percentagem tanto de homens como de mulheres que já fizeram o teste não passa dos 13%. Melhor ainda, apenas uma minoria de homens (11,3%) e de mulheres (12%) pedem a cada novo parceiro que faça um teste de VIH/SIDA e menos de metade dos portugueses faz perguntas aos companheiros/as sobre a sua vida sexual passada. Sim, não nos vamos pôr a falar do passado quando temos um brilhante futuro pela frente.
Dos entrevistados 46,5% dos homens dizem ter "algum/pouco" receio de poder vir a contrair uma infecção ou uma doença transmitida através das relações sexuais e 37% diz mesmo não ter "nenhum" medo. Por outro lado, 43,6% das mulheres afirma ter "algum/pouco" receio, enquanto 39% confessa não ter "nenhum". Também 76% dos homens e 69,2% das mulheres não conhecem pessoalmente alguém infectado com o VIH ou que tenha morrido com SIDA. Parece que se esquece que muitas vezes é no melhor pano que cai a nódoa.
Os factos mais engraçados são: 39,3% dos homens recusa ter relações sexuais ocasionais ou passageiras contra 62,5% das mulheres (devemos ter em conta a variável dos mentirosos/as?). E, segundo a amostra, 53,8% dos homens considera "totalmente errado" relações sexuais entre duas mulheres adultas, opinião idêntica têm 40% das mulheres (então e os filmes porno?).
Acho que é urgente que se mudem as mentalidades. É urgente que se aprenda a juntar a responsabilidade ao prazer. É urgente que se eduque, que se alerte, que se esclareça. Não é só a SIDA, é todo um conjunto de doenças, infecções e problemas que nos podem atingir se não tomarmos as devidas precauções, formos ao médico, fizermos análises, procurarmos informação. É preciso pensar. Será que vale a pena arriscar? Será que só acontece aos outros?
Este inquérito, para mim, evidenciou o ridículo do ainda modo de pensar português.
É tudo.
5 comentários:
"E, segundo a amostra, 53,8% dos homens considera "totalmente errado" relações sexuais entre duas mulheres adultas, opinião idêntica têm 40% das mulheres (então e os filmes porno?)."
a minha dúvida é: adultas não, mas adolescentes até pode ser??
Há com cada uma...
Ridículo, ridículo. Tenho vergonha que tantos portugueses ainda sejam tão estúpidos..
*
Já que ensinaste tanto e com dados concretos - ena! ena! -, vou eu ensinar-te uma coisa:
Já não se diz DST, mas IST!! Faz lembrar o Técnico, não é? Mas é verdade. Actualiza-te bee-atch ;D
ui, tenho que me actualizar então! :D
(yeah, adoro ensinar-te coisas que até te façam mudar o nome do post e tudo ;D) *
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